Misturar o cinema com a psicologia de forma simples,que leigos possam entender e se interessem pelos assuntos e filmes abordados.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Bem-me-quer, mal-me-quer - 2002
BEM-ME-QUER, MAL-ME-QUER
DADOS TÉCNICOS
• título original: À la Folie... Pas du Tout
• duração: 01 hs 32 min
• direção: Laetitia Colombani
SINOPSE
Angélique (Audrey Tautou) é uma artista plástica que desenvolve uma paixão desmedida pelo médico Loïc (Samuel Le Bihan). A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama, transformando o que de início parecia ser um desencontro amoroso em uma perigosa obsessão.
Link para baixar o filme: Bem me quer, mal me quer
Não conto o final do filme, porém, cito parte dele para contextualizar o que estou dizendo no texto a seguir.
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Obras cinematográficas, exploram diversas doenças mentais, muitas vezes baseados em fatos reais, como “Uma mente brilhante” que conta o caso de Jonh Nash, um esquizofrênico.
O filme “bem-me-quer, mal-me-quer”, fala de um transtorno psiquiátrico da linha das psicoses, chamada de erotomania ou Síndrome de Clérambault.
A erotomania é convicção delirante que, por parte do paciente, sente ser amado por alguém com uma condição social mais elevada que a sua e esse amor ocorre de forma que eles se comunicam através de olhares, bilhetes, disposições de objetos e coisas ditas em publico. Esse transtorno ocorre tanto em culturas orientais como em ocidentais, não fazendo distinção de idade nem tampouco de gênero, afetando tanto homens como mulheres.
Tal transtorno pode, por vezes, resultar em situações constrangedoras para ambos os envolvidos, porém para o erotomaniaco, tal situação é apenas mais um desencontro do casal, mesmo que o outro diga claramente que não o ama.
No filme em questão, primeiramente parece que acontecem apenas desencontros amorosos entre os protagonistas, porém o que acontece na verdade é que Angélique sofre de uma psicose chamada de erotomania.
Sabe-se que nesse tipo de psicose qualquer tipo de contato ou um simples gesto da pessoa amada, faz com que possa parecer uma imensurável declaração de amor. Assim como descrito pela literatura, que o objeto de amor é sempre alguém com uma classe social mais elevada assim é em “bem-me-quer, mal-me-quer”, Loic é médico, cardiologista, muito bem conceituado, e Angelique uma estudante de artes, que faz coisas inacreditáveis pelo amor que ela acredita ter do seu vizinho.
O fato de sentir-se rejeitada ou sentir que alguém possa prejudicar o objeto de amor faz com que uma pessoa em delírio erotomaníaco chegue no ponto de cometer um crime.
Como o filme ocorre em duas visões diferentes, vê-se bem que a visão do psicótico além de fora da realidade, parece extremamente convincente de que tudo que acontece são situações reais. A visão de Angelique, mostra todas as “flores” do seu relacionamento com Loic, e as rejeições como desencontros por conta da esposa. Já na versão de Loic, o qual sente-se perseguido por alguém, desconfia de sua secretaria, um colega de trabalho e de uma paciente, porém não desconfia da principal suspeita, a sua própria vizinha, que entendia como gestos de amor, pequenos favores, uma carona, por exemplo.
Sobre o filme e o tema poderiam ser relatados muitos mais coisas, porém, seria uma análise muito mais aprofundada, o que requer mais tempo e termos mais científicos, e não é esse meu objeto.
Até mais.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br
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Muito bom Mariii!
ResponderExcluirmais um na lista pra assistir!
nossa...faz mto tempo que vi esse filme... fiquei zuretando no cinema sem entender o que se passava...
ResponderExcluirtalvez mtos ja tenham passado por algo parecido..qdo a gente é criança, adolescente...e acredita que aquela pessoa que estamos afim por dar um simples "oi" ta correspondendo os nossos desejos.
tb tava pesquisando na psiqweb sobre a erotomania e to vendo aqui que ela se enquadra na categoria de "Psicose Delirante Crônica" que é diferente da esquizofrenia porque aqui as ideias sao bem conectadas com o "real"...entao observando o filme somente na visao de Angélique
talvez nao percebesse que ela tem algum transtorno psiquiatrico.
o filme como um todo é legalzinho.o nome dele ja traz todo esse simbolismo que vc mesma diz "as flores do relacionamento" e o "mal me quer" as decepçoes e a nao correspondecia dos seus objetos de desejo.
Ficou ótima a analise Mari. Deu até vontade de assistir pra prestar atenção nessa psicose ai, pois já vi na vida real fatos parecidos.
ResponderExcluirE pra te ajudar achei um link pro filme, só não sei o idioma que está. mas ta ai pra você
http://www.megaupload.com/?d=ZUH26VWB
Bom é isso.
Parabéns e continue assim.
:D
No trecho em que diz:O fato de sentir-se rejeitada ou sentir que alguém possa prejudicar o objeto de amor faz com que uma pessoa em delírio erotomaníaco chegue no ponto de cometer um crime.
ResponderExcluirLembra um outro filme " A órfã", onde a moça principal ao sentir que é rejeitada tenta matar o homem por quem achou que estava apaixonado por ela, apenas por trata-la bem com o carinho de um pai.
Vale apena conferir "A Órfã".
Visita meu blog depois Mari
Bjus
http://leticiaturtle.blogspot.com
"Obras cinematográficas, exploram diversas doenças mentais,..."
ResponderExcluirMari, não se separa com vírgula o sujeito do verbo.
A não ser que tivesse um "que" antes do exploram (ou seja, uma oração subordinada adjetiva), mas assim a frase não faria sentido. Enfim, corrija aí. Sugiro também colocar "Algumas" antes de "obras cinematográficas". Abraço.
agora q pudi açistir u fiumi e vendu a kórréssaum assima comemtarei....
ResponderExcluirDou todos os méritos ao diretor. Soube direcionar em diversas situações ocorridas como desencontros numa relação. Assim visto pela personagem Angélique. Muito precisa a sua abordagem Mari.
Belíssimo trabalho
Parabéns.
Li sobre uma mulher que tinha essa síndrome, e, para ela, o Príncipe Albert era seu amante, e quando ele aparecia na tv, estava mandando mensagens subliminares para ela...
ResponderExcluirOla Mary, pela segunda vez vejo obras francesas que abordam esse tipo de patologia psíquica, a exemplo da canção " Le Bal des Laze" autoria de Michel Polnreff, que retrata bilhantemente essa condição humana.
ResponderExcluirMaravilha...
Beijos para vc.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVou assistir!!! Disseram-se que é muito bom!!!
ResponderExcluirValeu a dica Mari e todas as pessoas que comentaram sobre o mesmo tb!
Valeu=D
este filme tenho cenas parecida dentro de casa
ResponderExcluira minha filha ela ficar recebendo recado no colegio onde estuda mas não e verdade, vive sonhando vai casar morar fora do País tem já o noivo só na mente dela. pra mim é triste ver esta situação.
fica uma dica ajude essas pessoas com atenção com apoio valorizando como ser humano, não despreze feito lixo essas pessoas tem vidas elas tem sentimentos,por elas sentir tão isoladas ficam criando cenas imaginaria, se a sociedade fosse mais humana existiu menos loucos isso não pega.
ResponderExcluirAchei muito bom o comentário feito por você; preciso e esclarecedor mesmo para quem não é da área. Parabéns pelo seu blog! Sou coordenador da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital. Psiquiátrico de Jurujuba em Niterói (RJ) e temos uma disciplina chamada CinePsiquiatria. Hoje será apresentado esse filme. Meu contato: ruycutrim@gmail.com
ResponderExcluiradorei o site, maravilhoso. veja e confira o meu, www.filmesefilosofia.blogspot.com.br
ResponderExcluirPra quem é fã de filmes sobre esse tema, precisa ver 'Sybil'. Vão pirar ;))
ResponderExcluirli o livro 'Sybil' , incrivel. estou curiosa vou assistir o filme , grata.
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